Quem está envolvido em um projeto de arquitetura, sabe que existem várias etapas a serem cumpridas até que chegue o momento da execução da obra. Uma dessas etapas é fazer a planta de situação.
Essa planta é uma entre tantas que o arquiteto precisa fazer para que o seu projeto cumpra com todos os requisitos necessários. Para se ter uma ideia, existem também as plantas baixa, de subsolo, de mezanino, de pavimentos e de cobertura.
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Mas, no caso da planta de situação, ela faz parte do projeto técnico e também precisa constar no projeto legal que é entregue na prefeitura para a aprovação da obra. Depois, ela vai ser adicionada ao projeto executivo, pois tem informações essenciais para o pessoal do canteiro de obras.
Mas então, já que é um documento tão importante, o que é a planta de situação? Veja a seguir.
O que é planta de situação?
A planta de situação é o documento apresentado em 2D, geralmente feito em softwares como o AutoCad, que mostra a localização do terreno num plano mais aberto. É comum que também seja chamada de planta de localização do lote.
Nessa planta o arquiteto vai desenhar, de forma simplificada, a vista superior do terreno onde a edificação será construída. Também aparece o que tem nos arredores mais próximos, como os terrenos vizinhos e ruas transversais.
É necessário informar nessa planta os formatos, dimensões e localização do lote. Sendo assim, essa planta é representada por elementos como os contornos do terreno, do quarteirão onde está o terreno, dos terrenos vizinhos e dos principais pontos de referência próximos.
Como essa é uma planta de toda a parte externa ao redor do terreno onde será a construção, ela vem antes das outras plantas. Ela é a parte inicial do projeto, que o arquiteto usa como base para determinar como a edificação será construída dentro do terreno.
Diferença entre planta de situação e localização
Para quem é leigo no assunto, surge uma certa confusão na hora de entender o que é planta de situação, de localização, locação e implantação. Essas são nomenclaturas bem comuns na hora de elaborar o projeto, mas nem sempre ficam claras.
Então, para entender de uma vez por todas: a planta de localização é a mesma coisa que planta de locação ou planta de implantação.
Enquanto a planta de situação mostra a situação do lote em relação aos lotes e ruas ao seu entorno, a planta de localização mostra a implantação do projeto dentro do lote, apenas.
Sendo assim, é nessa planta que terá informações como onde ficarão os muros, cercas, acessos, caminhos, curvas de nível, piscina, rede hidráulica e de drenagem e afins. É focada no que vai ter dentro do terreno a ser edificado.
Normas Técnicas para a planta de situação e localização
Para cada planta e cada documento feito pelo arquiteto existem Normas Técnicas a serem seguidas. Cada informação, cada espessura de linha que consta em seus desenhos técnicos, existe um motivo e um padrão a ser seguido.
Quem determina essas Normas Regulamentadoras é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). No caso específico da planta de situação e planta de localização/locação/implantação, é utilizada a NBR 6492, que determina as seguintes premissas:
- Simbologia de representação gráfica conforme a Norma;
- Sistema de coordenadas referenciais do terreno, curvas de nível;
- Indicação do norte;
- Indicação das vias de acesso à edificação, vias internas, estacionamentos, áreas cobertas, platôs e taludes;
- Perímetro do terreno, marcos topográficos, cotas gerais e níveis principais;
- Indicação dos limites externos das edificações:
- Recuos e afastamentos;
- Eixos do projeto;
- Amarração dos eixos do projeto a um ponto de referência;
- Denominação das edificações;
- Identificação da escala;
- Notas gerais, desenhos de referência e carimbo do profissional.
O que é uma planta de localização humanizada?
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Fazer plantas humanizadas é bastante comum. As plantas humanizadas são desenhos coloridos e mais detalhados sobre o que vai ter no determinado espaço. Assim, fica mais fácil apresentar e explicar ao cliente.
Essa mesma estratégia é feita para as outras plantas, como a planta baixa ou de perspectiva. Assim, o arquiteto faz desenhos bem detalhados dos revestimentos, dos móveis, adiciona até mesmo o cliente e seus animais de estimação para envolvê-lo no projeto. Isso é humanizar.
Mas, na hora de enviar o projeto à prefeitura ou ao canteiro de obras, é usada apenas a planta técnica, apenas com as linhas, números e informações, sem ser colorido e com detalhes desnecessários.
Planta de localização e planta de situação escala
As escalas são bem importantes para qualquer profissional que trabalhe com desenho técnico. No caso da arquitetura, as escalas servem para conseguir representar em miniatura a proporção do tamanho real dos objetos e elementos.
Como não é possível desenhar uma parede, uma porta ou uma árvore em seu tamanho real, usam-se as escalas de proporção para que se tenha uma ideia lógica do tamanho das coisas no desenho.
Sendo assim, no caso da planta de localização, as escalas mais usadas são 1/100, 1/200, 1/250, 1/500 e 1/1000. Para a planta de situação as escalas mais usadas são 1/500, 1/1000 e 1/2000.
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Essas escalas podem ter variações de acordo com o tamanho do lote e o projeto. Se for um lote grande, serão usadas escalas maiores. Para um lote pequeno, escalas menores. É sempre baseado em proporções.
Mas essa é uma parte que interessa aos técnicos, e o cliente não precisa saber exatamente como funciona. Ele só precisa entender que tudo o que está representado nas plantas, está em tamanho proporcional.
Planta de localização e planta de situação como fazer?
Na hora de dar início ao projeto com a planta de situação e localização, o arquiteto precisa levar alguns fatores essenciais em consideração.
Para começar, ele só vai dar início ao projeto depois de já ter feito a primeira reunião com o cliente. Então, já terá ideia do que precisa ser feito.
Plano diretor, zona de localização e exigências municipais
Assim como existem as Normas Técnicas para se elaborar um projeto dentro dos padrões estabelecidos pela ABNT, existe o plano diretor municipal. É preciso consultar esse plano antes de começar a desenhar a planta de situação e localização.
Essas exigências determinam quais são os afastamentos e recuos mínimos obrigatórios para a construção com relação aos demais lotes e áreas públicas.
Também é preciso avaliar a insolação e a ventilação natural para garantir que a edificação seja salubre. Todos esses fatores irão determinar o posicionamento da edificação dentro do lote.
Topografia do terreno
Depois de conhecer os recuos exigidos e as condições climáticas que vão favorecer a construção, o arquiteto também avalia a topografia do terreno.
Isso quer dizer que quando um terreno é íngreme, com uma parte mais alta e outra mais baixa, o arquiteto vai aproveitar a parte mais alta para a parte principal da edificação. Assim, será possível aproveitar melhor os ventos, o sol e as vistas.
Gostos e necessidades do cliente
Aliado aos dois fatores anteriores, também está o gosto e necessidades do cliente. É por isso que o primeiro passo de um projeto é a reunião com o cliente.
Nessa reunião o arquiteto vai entender para o que ele está sendo contratado: se é um projeto residencial, comercial ou corporativo; se é casa ou prédio.
Se for um cliente para uma casa, por exemplo, ele vai procurar entender as ideias do cliente, o que ele espera para essa casa, para quantas pessoas será. Também, o que o cliente quer que tenha nesse espaço.
Enfim, essa é uma conversa pessoal, afinal de contas, o arquiteto vai construir a casa dos sonhos de uma pessoa, e precisa ficar perfeito. Ao conhecer bem o seu cliente, é possível oferecer soluções personalizadas, e isso faz toda a diferença.
Execução das plantas
Depois que o arquiteto já tem todas as informações necessárias para fazer a planta de situação e de localização, ele geralmente utiliza um software chamado AutoCad para fazer o seu desenho. Existem outros, mas esse é o mais usado pelos profissionais de desenho técnico.
Além disso, atualmente os arquitetos e engenheiros têm o benefício de usar o Google Maps para encontrar a região exata do lote e usar como base para fazer suas plantas. Assim o desenho fica muito mais fiel ao real.
Então, o profissional vai vetorizar a imagem aérea do Google Maps usado o AutoCad e vai criar as suas plantas, sempre respeitando todas as Normas Técnicas e também os fatores mencionados no tópico anterior.
Cumprida essa etapa, ele faz uma apresentação ao cliente e depois cria as outras plantas que fazem parte do projeto. Quando estiver tudo decidido, então o projeto é aprovado pela prefeitura e é feito o projeto executivo que vai para o canteiro de obras.
Enquanto o projeto é colocado em prática, o arquiteto vai fazer o acompanhamento da obra para garantir que tudo seja feito de acordo com o que ele desenhou e especificou.
E, por fim, o arquiteto faz o chamado As Built, que é um manual de uso da edificação para que o cliente saiba de todos os detalhamentos caso precise fazer reformas ou reparos futuros, sem comprometer a edificação.
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