Na hora de pensar sobre qual curso superior vai fazer, e um dos seus gostos é o desenho técnico ou desenho artístico, existem algumas alternativas. Enquanto alguns pendem para as artes plásticas, outros gostam de arquitetura ou das engenharias. Para estas duas últimas, uma das principais matérias a estudar é o desenho técnico.
No caso dos arquitetos, por mais que eles também tenham que pensar de forma criativa e artística, há grandes responsabilidades envolvidas em um projeto. Ele precisa pensar de forma técnica para determinar se o seu projeto será viável, seguro e estável por um longo período de tempo.
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É por isso que o desenho técnico é fundamental. Então, se quiser se tornar um arquiteto, precisa começar a se familiarizar com tudo o que envolve o universo dos desenhos técnicos em arquitetura. Sendo assim, confira a seguir o básico do que é necessário saber.
Índice
O que é desenho técnico?
Quando se elabora um projeto básico de arquitetura, com as plantas, os cortes e as fachadas, tudo isso é feito em algum software de desenho técnico.
Então, depois de fazer o seu croqui (um esboço que pode ser feito à mão), é necessário passar tudo para o software, adicionando o máximo de detalhamentos possíveis.
Portanto, o desenho técnico é o que vai conseguir mostrar para o cliente e para os profissionais que vão executar aquele projeto, todos os detalhes necessários para que seja executado com precisão e perfeição, como formas, dimensões, ângulos e medidas.
Na arquitetura e na engenharia civil o desenho técnico será feito para detalhar tudo sobre uma edificação. Inclusive, as partes técnicas do projeto elétrico, hidrossanitário e outras infraestruturas.
Mas tem também o desenho técnico para engenharia mecânica, elétrica, de produtos, design de interiores, de móveis, de roupas, sapatos, de peças de marketing e tudo mais que precise ser construído com determinados padrões.
No Brasil, os padrões para os desenhos técnicos são determinados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Nos cursos universitários essa sigla aparece com muita frequência.
A norma geral da ABNT para o desenho técnico é a ABNT/NBR 10647. Dentro dela há subnormas que determinam como devem ser todas as nomenclaturas dos desenhos, seus tipos, graus de especificações, técnicas de execução dos desenhos e materiais utilizados.
Diferença entre desenho técnico e croqui
A essa altura você já deve ter uma melhor percepção da diferença entre um desenho técnico e um croqui.
Quando um arquiteto volta da sua reunião com o cliente com todas as informações que precisa para começar o projeto, ele pensa no desenho artístico. É nessa hora que ele vai fazer seus croquis, ter ideias, rabiscar, usar a criatividade. É mais livre.
Depois que ele já sabe, por exemplo, qual será o estilo de arquitetura da casa, se vai ter um ou dois andares, a posição no terreno, o que vai ter no quintal, vai começar a detalhar todas as medidas, elevações, cortes e afins no desenho técnico gráfico para que seja executado mais tarde.
Conceitos básicos de desenho técnico
Agora você já sabe para que serve um desenho técnico. Então, precisa saber um pouco mais sobre os seus conceitos. Assim, vai saber se realmente gosta dessa área e já vai começar a se familiarizar com o que vai encontrar nos cursos. Veja a seguir.
Geometria descritiva
Uma das primeiras coisas que se aprende no desenho técnico é a geometria descritiva. Seu objetivo é representar objetos de três dimensões em um plano de duas dimensões. A partir de suas projeções é que são determinadas as distâncias, os ângulos, as áreas e os volumes nos tamanhos reais.
Desenho técnico vistas
Em arquitetura, mais precisamente nos desenhos de projetos de edificações, as vistas são as fachadas. Então, para entender melhor as vistas, é importante considerar três elementos:
- Objeto: o objeto que será representado no desenho;
- Observador: a pessoa que está vendo o objeto;
- E o plano de projeção: é o plano onde se projeta o objeto (papel ou tela do computador).
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A projeção do objeto vai permitir que o observador o veja de diferentes distâncias e direções. É isso que se chama de vistas. Elas podem ser de três tipos: superior, lateral e frontal.
Perspectivas em desenho técnico
Perspectiva significa, em latim, “ver através de”. Ela representa, de forma dimensional, algo tridimensional. Ou seja, a perspectiva é essencial para que uma pessoa consiga ver um desenho bidimensional e entender como ele vai ser no mundo real, em forma tridimensional.
Quando você faz um desenho técnico, desenha uma projeção de um objeto que existe na forma tridimensional sobre uma superfície que só permite fazer esse desenho na forma bidimensional, ou seja, num papel ou na tela do computador.
Então, é usando as perspectivas que você vai traçar todas as linhas necessárias, com determinadas medidas, para que a pessoa que ver o desenho consiga imaginá-lo do jeito que ele vai ser de verdade, depois que for construído e trazido para o “mundo real”.
As perspectivas de desenho técnico são três: cavaleira, cônica e axonométrica. Dentro da axonométrica há três variações: isométrica, dimétrica e trimétrica.
Tipos de linhas
Até mesmo os tipos de linhas que se pode usar em desenhos técnicos são determinados pelas Normas da ABNT. Assim, existe um padrão para que seja possível interpretar um desenho corretamente. As normas são muitas, mas existem para facilitar a vida de todos.
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De acordo com a ABNT/NBR 8403, as linhas são usadas em três espessuras: grossa, média e fina. Mas não se pode usar livremente. Cada espessura é usada para determinados tipos de objetos desenhados.
Em uma planta arquitetônica, por exemplo, as paredes precisam ter uma linha com espessura mais grossa do que a linha do piso. Se forem demarcações de paredes a serem demolidas, devem-se usar linhas tracejadas.
Escala
É por meio do uso das escalas que você consegue representar objetos muito grandes ou muito pequenos em um tamanho proporcional ao real.
Assim, você vai fazer o desenho de uma casa em tamanho muito reduzido ao real, porém, com as proporções corretas entre paredes, portas, móveis e tudo mais.
No desenho técnico existem as categorias de escalas que são: de ampliação, natural e de redução. Existem mantém as escalas recomendadas, que são mais um padrão sugerido para facilitar na hora de desenhar.
Cotagem em desenho técnico
A cotagem é o processo de pegar as dimensões reais dos objetos que serão adicionados ao seu projeto e indicá-las na sua planta na forma de medidas. Para isso, é preciso usar três elementos:
A cota: os números que indicam as medidas do objeto; A linha de cota: fica abaixo do número e tem setas ou traços oblíquos extremidades; A linha auxiliar: auxilia a ter uma visão mais clara do desenho quando a linha de cota não está delimitada.
Tudo o que você viu acima sobre vistas, perspectivas, linhas, escalas e cotagem, é apenas para saber o que existe dentro do desenho técnico. Mas são conceitos muito mais aprofundados quando se estuda para ser um profissional.
Materiais para desenho técnico
Mesmo que um profissional utilize um software para colocar todo o seu desenho técnico em detalhes, ainda assim são necessários ter materiais físicos. Eles servem tanto para fazer desenhos técnicos à mão, quanto para auxiliar nos desenhos digitais.
Então, confira uma lista básica do que um arquiteto precisa ter em seu escritório para realizar os desenhos:
- Borracha;
- Canetas nanquim;
- Compasso;
- Escalímetro de 15 cm;
- Escalímetro de 30 cm;
- Fita adesiva (para colar a folha na prancheta);
- Folha sulfite; Folha sulfurizê;
- Folha vegetal;
- Gabaritos;
- Jogo de esquadros;
- Lapiseiras de ponta 0,3, 0,5, 0,7;
- Prancheta;
- Régua T;
- Réguas comuns;
- Transferidor.
Todos estes materiais são encontrados em lojas de papelaria, e muitos você já deve conhecer muito bem, pois usou em várias aulas na escola. Desde o curso universitário é bom já comprar os equipamentos básicos para fazer seus desenhos técnicos e ir pegando a prática de como usá-los.
Programas utilizados para fazer desenho técnico
Se estava na dúvida sobre quais programas é preciso escolher para fazer um desenho técnico, não precisa de preocupar. Os mais usados no mercado, tanto para arquitetura quanto para outras áreas que envolvem esse trabalho, são o AutoCad e o Revit.
Não é necessário comprar estes programas para poder usá-los. Basta fazer o download gratuito no site da empresa que é proprietária, a AutoDesk.
Esses programas são do tipo Computer Aided Design (desenho assistido por comuputador), desenvolvidos especialmente para o desenho técnico de arquitetura e todas as engenharias.
Então, eles já vêm configurados com todas as Normas da ABNT e você pode criar desenhos em 3D que se movimentam em diferentes posições.
Com o AutoCad, por exemplo, é possível colocar muitos detalhes nos desenhos de plantas com tudo o que vai na parte interna e externa do projeto.
Além disso, assim como todos os programas de computador, ele já vem com as configuração necessárias para fazer cálculos, interpretação de desenhos e ajudar a reduzir os erros ao máximo, diferente de quanto se faz tudo sem ajuda.
Mesmo antes de iniciar o curso é interessante fazer o download de um programa como esse e começar a brincar para ver como funciona.
PBA – Projeto Básico de Arquitetura
A etapa que vai reunir todos (ou boa parte) dos conhecimentos de um desenho técnico de arquitetura, de forma prática, é o PBA – Projeto Básico de Arquitetura. Esse é o projeto que todo arquiteto tem de saber fazer com perfeição, justamente porque é técnico.
Isso quer dizer que esse desenho vai servir tanto para que o cliente compreenda o que está sendo projetado, quanto para, depois, o projeto ser executado. Os detalhes e as precisões são essenciais. Então, veja um pouco mais sobre cada parte do desenho técnico de um PBA:
O que precisa conter no desenho técnico do Projeto Básico de Arquitetura
Na hora de fazer o desenho técnico arquitetônico que vai entregar ao cliente, o básico que deve constar nesse projeto é o seguinte:
- Plantas baixas de cada pavimento;
- No mínimo dois cortes, sendo transversal (sentido mais curto) e longitudinal (sentido mais longo);
- No mínimo três fachadas (vistas), sendo frontal e laterais (esquerda e direita);
- Planta de locação;
- Planta de situação;
- Planta de cobertura.
Observações gerais para um bom Projeto Básico de Arquitetura
Para ter uma ideia um pouco mais detalhada sobre cada parte do projeto básico, veja também a seguir:
- Todos os ambientes desenhados devem conter nome, metragem quadrada e as diferenças de níveis dos pisos;
- Todas as dimensões (medidas lineares, áreas internas e espessuras de paredes);
- Localização de todas as louças sanitárias, posição dos leitos, instalações especiais, sentido de abertura das portas;
- Indicações dos cortes, elevações, ampliações e detalhes;
- Se for reforma, indicar área a ser demolida, a ser construída e área existente;
- Locação da edificação com acessos de pedestres e veículos;
- Planta de cobertura com detalhamentos do telhado e seus componentes;
- Planta de situação do terreno e o seu entorno;
- Todas as plantas com margem e legendas;
- Selo com: identificação e endereço completo do estabelecimento, número das pranchas em sequência, área total e do pavimento e assinatura do responsável técnico.
Esperamos que a partir dessa base de informações que você viu no artigo, tenha ficado mais fácil entender que tipo de coisas é preciso gostar e saber para ser um bom arquiteto. Aproveite para se aprofundar um pouco mais aprendendo sobre planta baixa.
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